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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira (Blindness)

Emily Divino



Transformar literatura em cinema nunca foi tarefa fácil. Com resultados, em sua maioria, decepcionantes, poucos filmes fazem jus aos livros. Tudo aquilo que se tem contato, cria expectativa, já que carregamos preceitos antes mesmo de assistir. Mas o diretor de "Cidade de Deus" e "Jardineiro Fiel", Fernando Meirelles, nos tira toda pretensão e abre exceção à regra com seu novo filme que está em cartaz: Ensaio sobre a cegueira.

Não é a toa que "Ensaio sobre a cegueira" tenha aberto o festival de Cannes de 2008, tampouco que o escritor português José Saramago, tenha concedido os direitos autorais de sua obra literária à Meirelles.

O elenco do filme foi muito bem selecionado, dentre as diversas nacionalidades, temos Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael García Bernal, Dany Glover, enchendo de vivacidade e traços marcantes, aqueles personagens que nem ao menos nome têm.

A fotografia de César Charlone é um dos pontos altos do filme. Se o branco nos acalma, aqui ele nos atormenta, tentando tornar tão "sensorial" quanto no livro, a cegueira branca. A música minimalista faz a junção perfeita com a fotografia.

A linguagem cinematográfica do diretor é simples, o que faz de Fernando Meirelles a promessa do cinema, é a sensibilidade; a espontaneidade que ele permite aos atores; o fato de saber expor sua visão do mundo de maneira tão "poética", na qual mesmo quando todos os paradigmas são quebrados e o ser-humano é reduzido ao seu estado mais deplorável, vemos a esperança.

3 Comentários:

Blogger Fernanda Frozza disse...

Já tava com vontade de assistir, agora aguçou mais ainda.

18 de setembro de 2008 às 17:42  
Blogger Unknown disse...

O Filme é muito bom! 100% recomendado. A fotografia me chamou bastante a atenção.

8 de outubro de 2008 às 23:19  
Blogger Ilton Ferreira disse...

Em entrevista para Lilian W. F. e seus convidados do Roda Viva, F. Meirelles deixou claro o que claro está para quem se encantou com a obra de Saramago, era necessário aliviar certos pontos do livro no filme!

O que foi feito em nome de uma não-aversão inicial ao filme,o que traria problemas para Meirelles numa próxima adaptação,em próximos orçamentos (essa parte final ele não disse, mas disse, ao menos para quem sabe ler um entrevistado ao vivo! (Ao vivo tudo é mais difícil, e mais sincero!)

De qualquer forma essa adaptação deixa claro porque Fernando é adimirado,menos pelo geral,mais por aqueles do seu meio!

E claro fica TUDO nas lágrimas de Saramago, ao assirtirmos o vídeo da primeira exibição, onde ele e Fernando sentam lado a lado!
Nada pode denunciar um aval mais contundente do que aquelas lágrimas! Ali Fernando já recebeu seu merecido Oscar!

3 de novembro de 2008 às 14:45  

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