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domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Violência gratuita" nas telas

Paula Capobianco

Sadismo, psicopatologias e crueldade são sentimentos humanos que constituem e podem moldar a personalidade de cada um. Conseguimos identificar esse tipo de prazer através das mais simples atitudes, as quais, dessa forma, desenvolvem certo estado de êxtase no sofrimento alheio. Personagens da vida real já se fizeram existir e por meio da mídia, a sociedade tomou conhecimento de seus hobbys. Tais personagens são na realidade criminosos como por exemplo, o “Maníaco do parque”, homem que foi conhecido por matar e estuprar dezenas de mulheres se passando por um agenciador de modelos, ou então o mais recente caso dos meninos mortos pelo pai e madrasta que poupa qualquer detalhe.
Esse tema já foi e ainda é muito explorado pela indústria cinematográfica que apresenta o sadismo em filmes recentes como “Jogos mortais”, “O albergue” desde os clássicos como “Psicose” de Alfred Hitchcock e o lendário “Laranja Mecânica” de Stanley Kubrick. A ultra-violência está de volta às telas em um remake de “Funny Games”, traduzido para “Violência gratuita”, de Michael Haneke, nascido em Munique, na Alemanha, também diretor de “A professora de piano”.
O filme retrata um drama psicológico e tenso vivido por uma família na sua casa de campo nas férias, em que é abordada por uma dupla de jovens muito “educados”, porém psicopatas. Não tarda para que suas sádicas e verdadeiras intenções se revelem. Regado de muita humilhação, constrangimento, dor e sangue, a trama angustia e deixa o público indignado, em estado de choque. Muitas comparações foram feitas com o filme Laranja mecânica, porém entre outras particularidades, além do roteiro diferenciado, é o fato de um dos jovens, Paul, papel do ator Michel Pitt, dialogar com o público conversando diretamente, tornando assim o telespectador cúmplice da violência, quase como um alter-ego do diretor.
O mesmo filme e roteiro de Violência gratuita foram dirigidos por Haneke em 1997. Na refilmagem americana de 2007, foram mantidos os diálogos e as cópias fiéis européias nas locações mudando apenas o elenco de atores. É o tipo de produção restrita aos cinemas de arte e circuitos alternativos que apesar da ótima qualidade, vale deixar avisado o quanto é perturbador e indigesto.

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Mulher fruta! Quem vai querer??

Paula Capobianco



A feira está armada: quem vai querer? Leva três paga dois. Tudo fresquinho. Mulher melancia, mulher melão, mulher morango, mulher maçã só está faltando a mulher banana. E assim, esse festival de mulheres frutas está à venda na mídia e nas bancas visando o quê? O exibicionismo, a vulgaridade, a malícia e o dinheiro, é claro. Direta ou indiretamente nós, adultos e crianças, consumimos esse produto que é lançado violentamente à sociedade. Discretamente, na medida do possível, você começa a ouvir falar de uma, logo depois vê a outra na revista da banca e amanhã está vendo a mais nova colheita na televisão. A imagem e o nome vão sendo buzinados no seu ouvido e mente, e de uma hora para a outra você já sabe do que se trata e se vê discutindo sobre a dita cuja.
Anos se lutou para que as mulheres tivessem voz e fossem reconhecidas igualmente na sociedade como seres pensantes que tem muito que ensinar e dizer. No decorrer dos anos muitas dessas mulheres mostraram isso na ascensão do seu trabalho, por exemplo. Mas sendo assim, o que leva uma mulher se ridicularizar em frente às câmeras, para quem quiser ver, ao ponto de se denominar a Mulher melancia, a rainha do maior bubum e a criadora da “velocidade seis”? Daí você pára e pensa: a geração dessa mulher, quando criança, já se entupia, ingenuamente, de imagens tendenciosas na própria televisão? Ela já foi muito acima do peso na adolescência e agora está em êxtase com sua forma física atual e quer mostrar isso? Ela nem pára pra pensar e se foca no que isso pode lhe reder financeiramente? Bem provável. Freud explica?
Aquela famosa sensação de vergonha alheia foi o que eu senti ao zapiar a TV essa semana e me deparar com esse ser no programa Superpop, óbvio, da nossa embaixadora da futilidade Lucianta Gimenez (bom, uma coisa era certa, que o filho dela não assistiu seu programa nesse dia). No caso, se tratava de uma mulher curvilínea em seu macacão vermelho sangue ostentando seu maior orgulho, a sua melancia trazeira. Andressa Soares, seu verdadeiro nome, dançou no programa a chamada
“velocidade seis” em que a coreografia consistia em a dançarina rebolar o mais rápido possível, ufa, haja eufemismo. Mas a minha maior curiosidade é o que vai sobrar depois que os anos se passarem e até então o corpo não servir mais para nada nem como renda? O que terão a nos acrescentar? Bom, para quem está de dieta e gosta de uma fruta se delicie, pois a melancia está liberada, mas use com moderação, pois tudo em exagero faz mal para o corpo e para mente.

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Quer um lixo de brinde?

Paula Capobianco




Ei, você! Não joga o lixo pela janela não... Pode ser????? Essa seria uma das maneiras mais delicadas pra se pedir esse tipo de colaboração, não é verdade? Mas, um momento! Colaboração? Parece até que estamos pedindo um favor. Só falta dar um brinde para que não se cometa mais. Mas não é que daria certo. Claro que daria. Essa carência de consumo alheio seria muito bem nutrida e satisfeita com uma fofura de brinde! Os olhos até brilham. Olha que essa história de brinde rende e tem tudo a ver com lixo à medida que provavelmente tratar-se-ia de um bem supérfluo e quase que inútil. É como um grande círculo vicioso: compra/ganha dalí, usa/enjoa e joga fora. Mas pela janela não, por favor! E da onde que saiu esse assunto de janela? Você nunca se deparou no trânsito, ou na estrada descendo serra do mar a baixo e o querido companheiro do carro da frente joga aquela latinha de coca-cola ou aquele saquinho de salgadinho mal cheiroso pela janela na maior cara-de-pau? Cúmplice! O que será que passa na cabeça de tal ser humano? - “Ah, 100 mil anos para se desintegrar não é tanto tempo assim” ou “o lixeiro deve passar por aqui mesmo” ou “mais uma comidinha para as minhoquinhas (plástico????)” - Falando sério, qual será a linha de raciocínio dessas pessoas e de onde vem tanta indiferença e egoísmo? Enquanto essa inércia acontece o chorume corre solto. Sem falar dos bueiros entupidos.
O lixo que vai parar no lixão ao menos foi parar para onde foi destinado. Entretanto ocupa e desvaloriza grandes áreas deixando de ser reutilizado por meio da antiga e saudosa RECICLAGEM. O tema já está batido mais a intenção continua sendo a melhor possível. O plástico, um dos materiais que leva mais tempo para se desintegrar e que constitui as garrafas pets (de refrigerantes), hoje já são reutilizadas para a fabricação na produção de vestimentas como camisetas e calçados. Não se trata da última moda muito menos leva a marca mais famosa, mas representa um novo olhar e
mais uma nova possibilidade. Idéias que teríamos que tomar como parâmetro e ponto de partida para novos destinos e novos tipos de reutilização de todo esse “lixo”. Ao menos as grandes empresas deveriam estimular causa por meio de patentes e cada vez mais investimentos. O lixo não é um cão sem dono perdido na rua. Ele tem dono sim, e é quem o produz, o homem. É sua responsabilidade! Não se acomode. As enchentes são apenas uma das provas de que isso tudo é realmente um círculo vicioso e que o lixo que você joga pela janela pode bater na porta de sua casa.

Ressaca Braba

Paula CapobiancoBala, êxtase, a famosa droga do amor. Doce, o LSD. Cristal, microponto, mais parecem de uma loja de doces ou qualquer outra coisa, mas são todos entorpecentes alucinógenos que afastam o consciente e aceleram o coração. Mas muito pior do que isso é a Ketamina. Substância usada para sedar cavalos, agora é vista sendo consumida em grandes festas da alta sociedade. Basta você ferver que vira um pó feito a cocaína, porém o uso na mesma quantidade é letal. A substância paralisa o sistema nervoso e o individuo morre subitamente.


Seria como o saudoso “Boa noite Cinderela”, pois pode e é usado também para sedar pessoas involuntariamente, ou seja, aquele belo copo de um drink qualquer dando sopa no balcão e você pode se tornar a vítima. Entretanto, nesse caso, o jogo é ainda mais baixo, sujo. A pessoa que toma um copo desses, (sem ser depositada uma quantidade letal), é submetida provavelmente, assim como no caso da “Cinderela”, a uma condição trágica, mas dessa vez a pessoa fica totalmente consciente e assiste a tudo, apenas não consegue se defender, nem mover um dedo. Sinistro, não?
Não? Então ai vai uma novidade pra ver se te balança. FESTA DO KAMIKAZE, que consiste em uma festa americana que acaba de migrar para o Brasil e logo, logo vira moda. O nome sugere suicídio, estou certa? Pois a longo prazo é exatamente nisso que a festança se resume. Vamos direto aos fatos. A festa traz um convidado "especial" denominado PRESENTE. A novidade, (que só é novidade para nós que estamos fora da festa), é que ele está contaminado com o vírus da AIDS só que a festa acontece como uma casa de Swuing (onde as pessoas fazem sexo livre e simultaneamente). Outro detalhe e regra básica é que lá não é permitido o uso de preservativos e os convidados atendem à premissa sem qualquer resistência. ATENÇÃO: todos sabem do risco que estão correndo e ninguém sabe quem é o indivíduo infectado!
Realmente trata-se de um suicídio surpresa, só depois você sabe o resultado. Registros no Hospital das Clínicas mostram que direta ou indiretamente, os casos de infecção, de um ano para cá, aumentaram de 1 para 300 por mês na faixa dos 25 anos. Parece até um Serial killer. Sendo assim, conselho meu, meu irmão: use preservativos!


Introduza a moeda $$$



Paula Capobianco


Introduza a moeda, por favor. Até soa obsceno, mas não se trata disso com propriedade, a não ser para mim. Estamos imersos numa sociedade capitalista, isso não tem erro nem escapatória. Capitalismo o qual é reavivado no momento engolindo caroços do seu círculo vicioso e de suas peças de dominó. Pois é, não está descendo redondo. Retomando a frase de início, “Introduza a moeda” foi o que eu escutei de uma balança insolente ao tentar me pesar em uma farmácia hoje voltando do trabalho. Aquela sensação de incapacidade e indignação não assimilada começava a me aflorar a pele ainda de forma cômica. Máquina mercenária, já não basta as más notícias que ela sempre me dá, agora ainda me cobra por isso. E se tratava de uma mulher, uma voz de uma alma feminina.
Hoje mais do que nunca para tudo se cobra e se estipula um valor. Zeros a menos ou a mais, podemos nos basear quanto gastaríamos com determinado serviço ou produto independente das inúmeras formas de pagamento. Nem as instituições religiosas pouparam-nos e agora fazem parte de mais essa. ”Poupar” é ótimo. Na falta de dinheiro vivo, você pode passar o seu cartão de crédito em máquinas portáteis na hora de efetuar o pagamento do DÍZIMO. Dá para acreditar? Simplesmente Business. Uma dúvida: mas vem com garantia?

Abastecendo as ruas e nosso ego

Paula Capobianco


Meta do ano: comprar meu carro! Mas não andam dizendo que o excesso de carros, principalmente na cidade de São Paulo, está levando o paulistano a loucuras? E quanto à emissão de gases? Você vai contribuir com mais essa? Puro capricho e vaidade ou afinal você trabalha, junta seu dinheiro e também quer o mínimo de conforto para ir trabalhar? Desde os primórdios da urbanização da paulicéia desvairada o homem já visava vias para os transeuntes motorizados percorrerem com livre acesso de uma ponta a outra das “marginais” do que antes era apenas um rio chamado Tietê. Um rio que possuía suas curvas e contornos naturais, mas que por ironia do destino atrapalhava de alguma forma o fluxo veloz por suas marginais. Para tanto, não criemos pânico! Vamos linearizar esse rio, oras! E foi no que se investiu e ocorreu. Pronto, primeiro passo dado para o desfile de nossos calhambeques. Entretanto, com esse empurrãozinho do homem mais e mais se adensou o trânsito de São Paulo, e para o conforto e estímulo de se comprar mais e mais carros também. A partir daí, pontes miraculosas foram sendo postas em pé. De todos os tipos anéis, estaiadas além dos túneis e um coqueirozinho ou outro pra disfarçar a massa cinzenta de concreto e de fumaça, coff, coff. Assim, reclamamos, mas na hora seguinte parcelamos o nosso querido bem de consumo sobre quatro rodas.
Ao depararmos com as condições de nossos transportes coletivos, a solução a primeira vista e a curto prazo parece justamente a construção dessas tais pontes e tudo o mais (isso sem falar dos valores gastos investidos). Mas é justamente ai que a porca torce o rabo. É certo que nosso metrô é um grande exemplo comparado às linhas metroviárias estrangeiras. Em contrapartida, nosso metrô parece ser um dos mais curtos. A expansão dessas linhas e números de trens além dos ônibus são indispensáveis para o desafogamento nas ruas. Isso tudo sem falar do aquecimento global, que parece estar longe de ser uma das preocupações cotidianas do homem, a não ser o momento de reflexão frente aos produtos denominados biodegradáveis nas prateleiras dos supermercados. Mas voltando ao assunto, que tal um total flex?


Ver e ser visto



Paula Capobianco


Ver e ser visto?
O que faz um ser humano se deslocar até um ambiente fechado, escuro, apertado, com um som extremamente alto, com um perfume de cigarro no ar e pessoas falando asneiras no seu ouvido? De longe, quem não identificou ainda, imagina o inferno, mas não é o caso, me refiro a uma “balada” e segundo suas respectivas colunas de críticos da área e freqüentadores, não se trata de uma balada qualquer. Estamos falando da Museum, há quem rogue por sua devida perfeita pronuncia, mas “esses” comecemos por desconsiderar.
O meu equívoco quanto ao destino da minha noite foi substituir uma noite de sono pela apresentação Carl coxx. Mas, quem o conhece e gosta, e nesse momento me lê, pode até se indignar e retrucar “Ahh como assim?? Ela está falando do Coxxxx?” Pode até ser fêmurrr, mas meu querido e minha querida, digamos que o meu “esquenta” foi no Budha Bar outro antro de voyeristas e ao chegar no Museum, aliás, NA Museum eu tivesse que me acomodar no maravilhoso camarote de um metro quadradro com simplesmente 20 nego gozando por estar no camarote da balada, só que com um porém, 1 metro quadrado! Outro detalhe, de repente me vejo em cima do sofá de salto com mais todas as outras meninas parecendo umas animadora de platéia AFE! Minha amiga ainda me lança “Amiga, nada de salto plataforma da próxima vez hein, porque é uó, terrível!!” Nossa imaginem minha cara de “oe??” Então o segurança se aproxima pra domar a macacada e pede por gentileza para as meninas descerem, nossa, eu pensei comigo porque tanta delicadeza e eu me toquei rapidamente, para um otário playboy criar caso com um segurança é 2 segundos.
Ok, uma garrafinha de vodka e latinhas de energético, quanta fartura, pois é, é o que os semblantes dos VIPS transpareciam heheh, mas que nada, pró-seco que é bom nada! Graças a Deus estava de carro, meu humilde carro que eu paguei e fui!